Crise por conta do risco de pandemia reduziu produção e consumo na China e começa a atingir também outros países, como Coreia do Sul, Irã e Itália
O novo coronavírus, que já foi identificado em 30 países, tem balançado a economia mundial. Na China, empresas paralisaram as produções, e a medida começa a ser adotada também na Coreia do Sul, Irã e Itália. O Fundo Monetário Internacional (FMI), estima que a economia mundial vai ter o crescimento reduzido em 0,1 ponto percentual neste ano por conta da crise na saúde. As estimativas para a economia chinesa também foram reduzidas pela organização, em 0,4 ponto percentual.
A produção de smartphones é um dos setores mais atingidos. Um relatório da empresa chinesa de análise Trendforce calcula que a produção de celulares pode cair 12% na China nos três primeiros meses deste ano, em comparação ao mesmo período do ano passado. O levantamento aponta ainda que a produção chinesa de TVs, monitores e notebooks deve ter redução, o que pode aumentar o preço desses produtos.
Os impactos não se restringem às empresas chinesas. Multinacionais, como Apple, United Airlines, Mastercard, Toyota e Danone, dispararam aletas para acionistas sobre a possibilidade real de o coronavírus afetar os lucros. A Diageo, dona de marcas como o whisky “Johnnie Walker” e a vodka “Smirnoff”, alertou que o surto de coronavírus pode reduzir o lucro deste ano em até 200 milhões de libras esterlinas, o que equivalente a mais de um bilhão de reais. De acordo com a empresa, a queda no faturamento se dá por conta do fechamento de bares e restaurantes na China.
No Brasil, a Petrobras também deve ser atingida. A empresa divulgou que a crise na China derrubou o preço internacional do petróleo, já que a maior parte do óleo brasileiro é vendido para o país asiático, o que pode diminuir os lucros deste ano.